segunda-feira, 31 de março de 2014

Fênix emocional.

E mais uma vez, ela sentava na cama, observando a escuridão de seu quarto, com o cérebro a mil. E repreendendo-se por pensar demais.
Desceu da cama e olhou no relógio, somente para confirmar o que já suspeitava. Era madrugada, e seu sono tinha desaparecido.
Ela tinha medo da causa da insônia: Inspiração. Criatividade. Anseio por expressar-se.

A escrita trazia uma expressividade que se ocultava de si mesma. Mostrava o que ela não costumava expor. Expunha sua essência, seu âmago. Seu ser subjetivo e explícito, juntos em textos. Mostrava seu ser emocional, o modo como olhava o mundo com amor. Tanto amor que transbordava. E era mal interpretado. E era abusado. E era explorado.

Espreguiçou-se, foi à cozinha beber um copo de água. Isso não ajudou a acalmar a tempestade interior. Foi ao computador. E escreveu. Disse o que sentia, o que nem sabia que estava sentindo, o que queria sentir. O que tinha medo, o que não tinha, suas alegrias, suas tristezas. Houve a calmaria.

E, enquanto escrevia, enxergava mais além. Enxergava novas possibilidades, novas definições de cada sentimento. Mais do que apenas ver o seu próprio mundo, ela sentia-o. Palpável. Presente. Concreto. Sensível a ela como nada antes foi.

E, na escrita, expressou-se. Redescobriu-se.


E, no meio da noite, ressurgiu das cinzas para uma nova vida.

 - Ana Beatriz V.


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